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domingo, 2 de outubro de 2011

Índios






Índios

Quem me dera, ao menos uma vez,
Ter de volta todo o ouro que entreguei
A quem conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Explicar o que ninguém consegue entender:
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
E fala demais por não ter nada a dizer

Quem me dera, ao menos uma vez,
Que o mais simples fosse visto como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Entender como um só Deus ao mesmo tempo é três
E esse mesmo Deus foi morto por vocês -
É só maldade então, deixar um Deus tão triste.

Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
Entenda - assim pude trazer você de volta prá mim,
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do inicio ao fim
E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos obrigado.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Como a mais bela tribo, dos mais belos índios,
Não ser atacado por ser inocente.

Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
Entenda - assim pude trazer você de volta prá mim,
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim
E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Nos deram espelhos e vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui.

Fábrica






Fábrica

Nosso dia vai chegar
Teremos nossa vez
Não é pedir demais:
Quero justiça
Quero trabalhar em paz
Não é muito o que lhe peço
Eu quero um trabalho honesto
Em vez de escravidão

Deve haver algum lugar
Onde o mais forte não
Consegue escravizar
Quem não tem chance

De onde vem a indiferença
Temperada a ferro e fogo?
Quem guarda os portões da fábrica?

O céu já foi azul, mas agora é cinza
O que era verde aqui já não existe mais
Quem me dera acreditar
Que não acontece nada
De tanto brincar com fogo

Que venha o fogo então

Esse ar deixou minha vista cansada
Nada demais (x4)

Andrea Doria






Andrea Doria

Às vezes parecia
Que, de tanto acreditar
Em tudo que achávamos tão certo
Teríamos o mundo inteiro e até um pouco mais
Faríamos floresta do deserto
E diamantes de pedaços de vidro
Mas percebo agora
Que o teu sorriso
Vem diferente
Quase parecendo te ferir

Não queria te ver assim
Quero a tua força como era antes.
O que tens é só teu
E de nada vale fugir
E não sentir mais nada

Às vezes parecia
Que era só improvisar
E o mundo então seria um livro aberto
Até chegar o dia em que tentamos ter demais
Vendendo fácil o que não tinha preço
Eu sei, é tudo sem sentido
Quero ter alguém com quem conversar
Alguém que depois
Não use o que eu disse
Contra mim

Nada mais vai me ferir
É que eu já me acostumei
Com a estrada errada que eu segui
E com a minha própria lei
Tenho o que ficou
E tenho sorte até demais
Como eu sei que tens também.

Música Urbana 2






Música Urbana 2

Em cima dos telhados as antenas de TV tocam música urbana,
Nas ruas os mendigos com esparadrapos podres
Cantam música urbana,
Motocicletas querendo atenção às três da manhã
É só música urbana.
Os PMs armados e as tropas de choque vomitam música urbana
E nas escolas as crianças aprendem a repetir a música urbana.
Nos bares os viciados sempre tentam conseguir a música urbana.
O vento forte seco e sujo em cantos de concreto
Parece música urbana
E a matilha de crianças sujas no meio da rua
Música urbana.
E nos pontos de ônibus estão todos ali: música urbana.
Os uniformes
Os cartazes
Os cinemas
E os lares
Nas favelas
Coberturas
Quase todos os lugares
E mais uma criança nasceu.
Não há mentiras nem verdades aqui
Só há música urbana

Plantas Embaixo do Aquário




Plantas Embaixo do Aquário

Aceite o desafio e provoque um desempate:
Desarme a armadilha e desmonte o disfarce.
Se afaste do abismo -
Faça do bom-senso a nova ordem;
Não deixe a guerra começar.

Pense só um pouco,
Não há nada de novo.
Você vive insatisfeito e não confia em ninguém
E não acredita em nada
E agora é só cansaço e falta de vontade,
Mas, faça do bom-senso a nova ordem:
Não deixe a guerra começar.

Metrópole




Metrópole

"É sangue mesmo, não é mertiolate."
E todos querem ver
E comentar a novidade.

"Ó tão emocionante um acidente de verdade."
Estão todos satisfeitos
Com o sucesso do desastre:

"- Vai passar na televisão."

"Por gentileza, aguarde um momento.
Sem carteirinha, não tem atendimento
Carteira de trabalho assinada, sim senhor.
Olha o tumulto: façam fila por favor."

"- Todos com a documentação"

"- Quem não tem senha, não tem lugar marcado.
Eu sinto muito, mas já passa do horário.
Entendo seu problema mas não posso resolver:
É contra o regulamento, está bem aqui, pode ver."

Ordens são ordens.

"- Em todo caso já temos sua ficha.
Só falta o recibo comprovando residência.
P'ra limpar todo esse sangue, chamei a faxineira
E agora eu já vou indo senão eu perco a novela

E eu não quero ficar na mão."

Tempo Perdido







Tempo Perdido

Todos os dias quando acordo,
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo.

Todos os dias antes de dormir,
Lembro e esqueço como foi o dia
"Sempre em frente,
Não temos tempo a perder".

Nosso suor sagrado
É bem mais belo que esse sangue amargo
E tão sério
E selvagem,
selvagem;
selvagem.

Veja o sol dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega é da cor dos teus
Olhos castanhos
Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo,
Temos nosso próprio tempo,
Temos nosso próprio tempo.

Não tenho medo do escuro,
Mas deixe as luzes acesas agora,
O que foi escondido é o que se escondeu,
E o que foi prometido,
Ninguém prometeu.

Nem foi tempo perdido;
Somos tão jovens,
tão jovens,
tão jovens.

Central do Brasil






Central do Brasil

Instrumental

Eduardo e Mônica






Eduardo e Mônica 

Quem um dia irá dizer que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer
Que não existe razão?

Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
Noutro canto da cidade
Como eles disseram

Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram no começo pra tentar se conhecer
Foi um carinha do cursinho do Eduardo que disse
- Tem uma festa legal e a gente quer se divertir
Festa estranha, com gente esquisita
- Eu não estou legal, não aguento mais birita
E a Mônica riu e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa
- É quase duas, eu vou me ferrar

Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu uma lanchonete
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard
Se encontraram então no parque da cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de camelo
O Eduardo achou estranho e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo

Eduardo e Mônica eram nada parecidos
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
De Van Gogh e dos Mutantes
Do Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol-de-botão com seu avô
Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda estava
No esquema "escola, cinema, clube, televisão"

E, mesmo com tudo diferente
Veio mesmo, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia
Como tinha de ser

Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro e artesanato e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar
E ela se formou no mesmo mês
Em que ele passou no vestibular
E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa
Que nem feijão com arroz

Construíram uma casa uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana e seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram

Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo
Tá de recuperação

E quem um dia irá dizer que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer
Que não existe razão?

Acrilic on Canvas






Acrilic on Canvas

É saudade, então
E mais uma vez
De você fiz o desenho mais perfeito que se fez
Os traços copiei do que não aconteceu
As cores que escolhi entre as tintas que inventei
Misturei com a promessa que nós dois nunca fizemos
De um dia sermos três
Trabalhei você em luz e sombra

E era sempre: "Não foi por mal"
Eu juro que nunca quis deixar você tão triste
Sempre as mesmas desculpas
E desculpas nem sempre são sinceras
Quase nunca são

Preparei a minha tela
Com pedaços de lençóis que não chegamos a sujar
A armação fiz com madeira
Da janela do teu quarto
Do portão da sua casa
Fiz paleta e cavalete
E com as lágrimas que não brincaram com você
Destilei óleo de linhaça
E da sua cama arranquei pedaços
Que talhei em estiletes de tamanhos diferentes
E fiz, então, pincéis com seus cabelos
Fiz carvão do baton que roubei de você
E com ele marquei dois pontos de fuga
E rabisquei meu horizonte

E era sempre: "Não foi por mal"
Eu juro que não foi por mal
Eu não queria machucar você
Prometo que isso nunca vai acontecer mais uma vez

E era sempre, sempre o mesmo novamente
A mesma traição

Às vezes é difícil esquecer:
"Sinto muito, ela não mora mais aqui"
Mas então, por que eu finjo
Que acredito no que invento?
Nada disso aconteceu assim
Não foi desse jeito
Ninguém sofreu
E é só você que me provoca essa saudade vazia
Tentando pintar essas flores com o nome
De "amor-perfeito"
E "não-te-esqueças-de-mim"

Quase Sem Querer






Quase Sem Querer

Tenho andado distraído,
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso.
Só que agora é diferente:
Estou tão tranquilo
E tão contente.
Quantas chances
desperdicei
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada pra ninguém.
Me fiz em mil pedaços
Pra você juntar
E queria sempre achar
Explicação pro que eu sentia.
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir pra si mesmo
É sempre a pior mentira.
Mas não sou mais
Tão criança a ponto de saber tudo.
Já não me preocupo
Se eu não sei porquê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você.
Tão correto e tão bonito
O infinito é realmente
Um dos deuses mais lindos.
Sei que às vezes uso
Palavras repetidas
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?
Me disseram que você
estava chorando
E foi então que percebi
Como lhe quero tanto.
Já não me preocupo
Se eu não sei porquê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu quero o mesmo que você

Daniel na Cova dos Leões






Daniel na Cova dos Leões

Aquele gosto amargo do teu corpo
Ficou na minha boca por mais tempo
De amargo então salgado ficou doce,
Assim que o teu cheiro forte e lento
Fez casa nos meus braços e ainda leve
Forte, cego e tenso fez saber
Que ainda era muito e muito pouco.

Faço nosso o meu segredo mais sincero
E desafio o instinto dissonante.
A insegurança não me ataca quando erro
E o teu momento passa a ser o meu instante.
E o teu medo de ter medo de ter medo
Não faz da minha força confusão
Teu corpo é meu espelho e em ti navego
E eu sei que a tua correnteza não tem direção.

Mas, tão certo quanto o erro de ser barco
A motor e insistir em usar os remos,
É o mal que a água faz quando se afoga
E o salva-vidas não está lá porque
Não vemos

Por Enquanto






Por Enquanto

Mudaram as estações
Nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu,
Está tudo assim tão diferente...

Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar...
Que tudo era pra sempre,
Sem saber, que o 'pra sempre',
Sempre acaba ...

Mas nada vai conseguir mudar o que ficou,
Quando penso em alguém,
Só penso em você...
E aí então estamos bem...

Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está,
E nem desistir, nem tentar,
Agora tanto faz...
Estamos indo de volta pra casa...

Teorema






Teorema

Não vá embora
Fique um pouco mais
Ninguém sabe fazer
O que você me faz

É exagero
E pode até não ser
O que você consegue
Ninguém sabe fazer.

Parece energia mas é só distorção
E não sabemos se isso é problema
Ou se é a solução.

Não tenha medo
Não preste atenção
Não dê conselhos
Não peça permissão.
É só você quem deve decidir o que fazer
Pra tentar ser feliz.

Parece energia mas é só distorção
E parece que sempre termina
Mas não tem fim.

Não vá embora
Fique um pouco mais
Ninguém sabe fazer
O que você me faz

É exagero
E pode até não ser
O que você consegue
Ninguém sabe fazer.

Parece um teorema sem ter demonstração
E parece que sempre termina
Mas não tem fim.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Soldados






Soldados

Nossas meninas estão longe daqui
Não temos com quem chorar e nem pra onde ir
Se lembra quando era só brincadeira
Fingir ser soldado a tarde inteira?
Mas agora a coragem que temos no coração
Parece medo da morte mas não era então
Tenho medo de lhe dizer o que eu quero tanto
Tenho medo e eu sei porque:

Estamos esperando.

Quem é o inimigo?
Quem é você?

Quem é o inimigo?
Quem é você?

Quem é o inimigo?
Quem é você?

Quem é o inimigo?
Quem é você?

Nos defendemos tanto tanto sem saber

Porque lutar

Nossas meninas estão longe daqui

E de repente eu vi você cair

Não sei armar o que eu senti

Não sei dizer que vi você ali.

Quem vai saber o que você sentiu?

Quem vai saber o que você pensou?

Quem vai dizer agora o que eu não fiz?

Como explicar pra você o que eu quis

Somos soldados

Pedindo esmola

E a gente não queria lutar.

E a gente não queria lutar

E a gente não queria lutar.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Baader-Meinhof Blues






Baader-Meinhof Blues 

A violência é tão fascinante
E nossas vidas são tão normais
E você passa dia e noite e sempre
Vê apartamentos acesos
Tudo parece ser tão real
Mas você viu esse filme também
Andando nas ruas pensei que podia ouvir
Alguém me chamando, dizendo meu nome
Já estou cheio de me sentir vazio
Meu corpo é quente e estou sentindo frio
Todo mundo sabe e ninguém quer mais saber
Afinal, amar o proximo é tão demodê

Essa justiça desafinada é tão humana e tão errada
Nós assistimos televisão também, qual é a diferença?
Não estatize meus sentimentos pra seu governo
O meu estado é independente
Ô ô ô
Já estou cheio de me sentir vazio
Meu corpo é quente e estou sentindo frio
Todo mundo sabe e ninguém quer mais saber
Afinal, amar o proximo é tão demodê

domingo, 25 de setembro de 2011

O Reggae






O Reggae

Ainda me lembro aos três anos de idade
O meu primeiro contato com as grades
O meu primeiro dia na escola
Como eu senti vontade de ir embora

Fazia tudo que eles quisessem
Acreditava em tudo que eles me dissessem
Me pediram para ter paciência
Falhei
Então gritaram: - Cresça e apareça!

Cresci e apareci e não vi nada
Aprendi o que era certo com a pessoa errada
Assistia ao jornal da TV
E aprendi a roubar pra vencer
Nada era como eu imaginava
Nem as pessoas que eu tanto amava
Mas e daí, se é mesmo assim
Vou ver se tiro o melhor pra mim.

[solo]

Me ajuda se eu quiser
Me faz o que eu pedir
Não faz o que eu fizer
Mas não me deixe aqui

Ninguém me perguntou se eu estava pronto
E eu fiquei completamente tonto
Procurando descobrir a verdade
No meio das mentiras da cidade
Tentava ver o que existia de errado
Quantas crianças Deus já tinha matado.

Beberam meu sangue e não me deixam viver
Tem o meu destino pronto e não me deixam escolher
Vem falar de liberdade pra depois me prender
Pedem identidade pra depois me bater
Tiram todas minhas armas
Como posso me defender?
Vocês venceram está batalha
Quanto à guerra,
Vamos ver.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Geração Coca-Cola







Geração Coca-Cola 

Quando nascemos fomos programados
A receber o que vocês nos empurraram
Com os enlatados dos USA, de 9 às 6.

Desde pequenos nós comemos lixo
Comercial e industrial
Mas agora chegou nossa vez
Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês.

Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Nós somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola.

Depois de vinte anos na escola
Não é difícil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim que tem que ser?

Vamos fazer nosso dever de casa
E aí então, vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis.

Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Nós somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola.

Depois de vinte anos na escola
Não é difícil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim que tem que ser?

Vamos fazer nosso dever de casa
E aí então, vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis.

Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Nós somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Perdidos no Espaço






Perdidos no Espaço 

Escrevi pra você e você não respondeu
Também não respondi quando você me escreveu
Anotei seu telefone num pedaço de papel
E calculei seu ascendente no recibo do aluguel.

Esqueci seu sobrenome,
Mas me lembro de você.

E a rotina crescia como planta
E engolia a metade do caminho
E a mudança levou tempo por ser tão veloz
Enquanto estávamos a salvo

Ficamos suspensos,
Perdidos no espaço.

Escrevi pra você e você não respondeu
Também não respondi quando você me escreveu
Anotei seu telefone num pedaço de papel
E calculei seu ascendente no recibo do aluguel.

Esqueci seu sobrenome,
Mas me lembro de você.

E era como se jogassem Space Invaders
Perdendo mais dinheiro de muitas maneiras
Vivendo num planeta perdido como nós
Quem sabe ainda estamos a salvo?

Ficamos suspensos
Perdidos no espaço.

sábado, 17 de setembro de 2011

Ainda é Cedo






Ainda é cedo

Uma menina me ensinou
Quase tudo que eu sei
Era quase escravidão
Mas ela me tratava como um rei
Ela fazia muitos planos
Eu só queria estar ali
Sempre ao lado dela
Eu não tinha aonde ir
Mas, egoísta que eu sou,
Me esqueci de ajudar
A ela como ela me ajudou
E não quis me separar
Ela também estava perdida
E por isso se agarrava a mim também
E eu me agarrava a ela
Porque eu não tinha mais ninguém
E eu dizia: - Ainda é cedo
cedo, cedo, cedo, cedo (3x)
E eu dizia ainda é cedo..

Sei que ela terminou
O que eu não comecei
E o que ela descobriu
Eu aprendi também, eu sei
Ela falou: - Você tem medo
Aí eu disse: - Quem tem medo é você
Falamos o que não devia
Nunca ser dito por ninguém
Ela me disse:
- Eu não sei mais o que eu
sinto por você. Vamos dar
um tempo, um dia a gente se vê

E eu dizia: - Ainda é cedo
cedo, cedo, cedo, cedo (3x)
E eu dizia ainda é cedo.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Petróleo do Futuro




Petróleo do Futuro

Ah, se eu soubesse lhe dizer o que eu sonhei ontem à noite
Você ia querer me dizer tudo sobre o seu sonho também.
E o que é que eu tenho a ver com isso?

Ah, se eu soubesse lhe dizer o que eu vi ontem à noite
Você ia querer ver mas não ia acreditar.
E o que é que eu tenho a ver com isso?

Filósofos suicidas
Agricultores famintos
Desaparecendo
Embaixo dos arquivos

Ah, se eu soubesse lhe dizer qual é a sua tribo
Também saberia qual é a minha
Mas você também não sabe
E o que é que eu tenho a ver com isso?

Ah, se eu soubesse lhe dizer
O que fazer pra todo mundo ficar junto
Todo mundo já estava ha muito tempo
E o que é que eu tenho a ver com isso?

Sou brasileiro errado
Vivendo em separado
Contando os vencidos
De todos os lados.

Ah, se eu soubesse lhe dizer
O que fazer pra todo mundo ficar junto
Todo mundo já estava ha muito tempo
E o que é que eu tenho a ver com isso?

Filósofos suicidas
Agricultores famintos
Desaparecendo
Embaixo dos arquivos

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A Dança




A Dança

Não sei o que é direito
Só vejo preconceito
E a sua roupa nova
É só uma roupa nova
Você não tem idéias
Pra acompanhar a moda
Tratando as meninas
Como se fossem lixo
Ou então espécie rara
Só a você pertence
Ou então espécie rara
Que você não respeita
Ou então espécie rara
Que é só um objeto
Pra usar e jogar fora
Depois de ter prazer.
Você é tão moderno
Se acha tão moderno
Mas é igual a seus pais
É só questão de idade
Passando dessa fase
Tanto fez e tanto faz.
Você com as suas drogas
E as suas teorias
E a sua rebeldia
E a sua solidão
Vive com seus excessos
Mas não tem mais dinheiro
Pra comprar outra fuga
Sair de casa então
Então é outra festa
É outra sexta-feira
Que se dane o futuro
Você tem a vida inteira
Você é tão esperto
Você está tão certo
Mas você nunca dançou
Com ódio de verdade.
Você é tão esperto
Você está tão certo
Que você nunca vai errar
Mas a vida deixa marcas
Tenha cuidado
Se um dia você dançar
Nós somos tão modernos
Só não somos sinceros
Nos escondemos mais e mais
É só questão de idade
Passando dessa fase
Tanto fez e tanto faz
Você é tão esperto
Você está tão certo
Que você nunca vai errar
Mas a vida deixa marcas
Tenha cuidado
Se um dia você dançar.

Será



Será 

Tire suas mãos de mim
Eu não pertenço a você
Não é me dominando assim
Que você vai me entender
Eu posso estar sozinho
Mas eu sei muito bem aonde estou
Você pode até duvidar
Acho que isso não é amor

Será só imaginação?
Será que nada vai acontecer?
Será que é tudo isso em vão?
Será que vamos conseguir vencer?
Ô ô ô ô ô ô ô ô ô ...

Nos perderemos entre monstros
Da nossa própria criação?
Serão noites inteiras
Talvez por medo da escuridão
Ficaremos acordados
Imaginando alguma solução
Pra que esse nosso egoísmo
Não destrua nosso coração

Será só imaginação?
Será que nada vai acontecer?
Será que é tudo isso em vão?
Será que vamos conseguir vencer?
Ô ô ô ô ô ô ô ô ô ...

Brigar pra quê
Se é sem querer
Quem é que vai nos proteger?
Será que vamos ter
Que responder
Pelos erros a mais
Eu e você?





terça-feira, 6 de setembro de 2011

As Quatro Estações: ao Vivo - 2004


Disco 1
1. Fábrica
2. Daniel Na Cova Dos Leões
3. O Reggae
4. Há Tempos
5. Meninos E Meninas
6. Pais E Filhos (Stand By Me)
7. Maurício (She Loves You)
8. Feedback Song For A Dying Fried
9. 1965 (Duas Tribos)
10. Monte Castelo
11. Se Fiquei Esperando Meu Amor Passar

Disco 2
1. Ainda É Cedo/I Can´t Get No/Rock Around The Clock
2. Geração Coca-Cola
3. Eu Sei
4. Angra Dos Reis
5. Tempo Perdido
6. Soldados
7. Quase Sem Querer
8. Será
9. Índios
10. Faroeste Caboclo

Como é que se Diz Eu Te Amo - 2001


Disco 1
1. Será
2. Eu Sei
3. La Nuova Gioventu
4. Ainda É Cedo - Gimme Shelter
5. Daniel Na Cova Dos Leões
6. Vinte E Nove
7. Um Dia Perfeito
8. Os Anjos
9. 1965 (Duas Tribos)
10. Monte Castelo
11. Quando O Sol Bater Na Janela Do Teu Quarto
12. Geração Coca-Cola
13. O Teatro Dos Vampiros
14. Meninos e Meninas

Disco 2
1. Faroeste Caboclo
2. Pais e Filhos
3. Tempo Perdido
4. Giz
5. O Descobrimento Do Brasil
6. Eduardo e Mônica
7. Vento No Litoral
8. Há Tempos
9. Índios
10. Perfeição / O Bêbado E O Equilibrista / Lithium /
11. Andrea Doria
12. Vamos Fazer Um Filme
13. Que País É Este / Cajuína / Pintinho Amarelinho /

Acústico MTV - Legião Urbana - 1999


1. Baader-Meinhof-Blues
2. Indios
3. Mais Do Mesmo
4. Pais E Filhos
5. Hoje A Noite Não Tem Luar
6. Sereníssima
7. Teatro Dos Vampiros
8. On The Way Home/Rise
9. Headon
10. The Last Time Saw Richard
11. Metal Contra As Nuvens
12. Há Tempos
13. Eu Sei
14. Faroeste Caboclo

Mais do Mesmo - 1998


1. Será
2. Ainda é Cedo
3. Geração Coca-Cola
4. Eduardo e Mônica
5. Tempo Perdido
6. Índios
7. Que País é Este
8. Faroeste Caboclo
9. Há Tempos
10. Pais e Filhos
11. Meninos e Meninas
12. Vento no Litoral
13. Perfeição
14. Giz
15. Dezesseis
16. Antes Das Seis

Uma Outra Estação - 1997


1. Riding Song
2. Uma Outra Estação
3. As Flores Do Mal
4. La Maison Dieu
5. Clarisse
6. Shubert Landier
7. A Tempestade
8. High Noon (Do Not Forsake Me)
9. Comédia Romântica
10. Dado Viciado
11. Marcianos Invadem A Terra
12. Antes Das Seis
13. Mariane
14. Sagrado Coração
15. Travessia Do Eixão

A Tempestade ou o Livro dos Dias - 1996



1. Natália
2. L'Aventura
3. Música De Trabalho
4. Longe Do Meu Lado
5. Via Láctea
6. Música Ambiente
7. Aloha
8. Soul Parsifal
9. Dezesseis
10. Mil Pedaços
11. Leila
12. 1º De Julho
13. Esperando Por Mim
14. Quando Você Voltar
15. O Livro Dos Dias

O Descobrimento do Brasil - 1993


1. Vinte E Nove
2. A Fonte
3. Do Espírito
4. Perfeição
5. O Passeio Da Boa Vista
6. O Descobrimento Do Brasil
7. Os Barcos
8. Vamos Fazer Um Filme
9. Os Anjos
10. Um Dia Perfeito
11. Giz
12. Love In The Afternoon
13. La Nuova Giovent
14. Por Hoje

Música para Acampamentos - 1992



Disco 1
1. Fábrica
2. Daniel Na Cova Dos Leões
3. A Canção Do Senhor Da Guerra
4. O Teatro Dos Vampiros
5. Ainda É Cedo / Gimme Shelter
6. Baader Meinholf Blues
7. A Montanha Mágica / You've Lost That Loving Feeling / Jealous Guy / Ticket To Ri
8. Eu Sei
9. Índios

Disco 2
1. A Dança
2. Mais do Mesmo
3. Soldados / Blues da Piedade / Faz Parte do Meu Show / Nascente
4. Música Urbana 2
5. On the Way Home
6. Maurício
7. Há Tempos
8. Pais e Filhos/ Stand By Me
9. Faroeste Caboclo
10. Rhapsody in Blue

V - 1991


1. Love Song


3. A Ordem Dos Templários
4. A Montanha Mágica
5. O Teatro Dos Vampiros
6. Sereníssima
7. Vento No Litoral
9. L'Âge D'Or
10. Come Share My Life

As Quatro Estações - 1989



1. Há Tempos
2. Pais E Filhos
3. Feedback Song For A Dying Friend
4. Quando O Sol Bater Na Janela Do Seu Quarto
5. Eu Era Um Lobisomem Juvenil
6. 1965 (Duas Tribos)
7. Monte Castelo
8. Maurício
9. Meninos E Meninas
10. Sete Cidades
11. Se Fiquei Esperando Meu Amor Passar

Que País é Este - 1987



1. Que País é Este
2. Conexão Amazônica
3. Tédio (Com Um T Bem Grande Pra Você)
4. Depois Do Começo
5. Química
6. Eu Sei
7. Faroeste Caboclo
8. Angra Dos Reis
9. Mais Do Mesmo

Dois - 1986



1. Daniel Na Cova Dos Leões
2. Quase Sem Querer
3. Acrilic On Canvas
4. Eduardo e Mônica
5. Central Do Brasil
6. Tempo Perdido
7. Metrópole
8. Plantas Embaixo Do Aquário
9. Música Urbana 2
10. Andrea Doria
11. Fábrica
12. Índios

Legião Urbana - 1984















Este é o primeiro post deste blog que visa contribuir com a eternização desta banda que faz parte da minha história!